segunda-feira, 9 de abril de 2012

O SACRIFÍCIO

QUAL SERÁ MEU SACRIFÍCIO?


Vivo em uma era onde se fala o que quer,
Estuda-se o que quiser, dedica-se ao que quiser.
Nada é proibido e o mundo é muito desejável.
Entendo que Deus terá 'escolhidos' e que serão diferentes dos anteriores.
Onde estão?
Quanto mais almejo ser um deles, mais vejo minha incapacidade de sê-lo
Pela dureza de meu coração.
Quanto mais (achar coadjuvantes) nessa época perdida!

Houveram pessoas que morreram por este evangelho que conhecemos;
Missionários que renegaram suas vidas, luxos, famílias,
Entregaram tudo por anos de sofrimentos e angústias.
Hoje vejo crentes que não querem ouvir falar da Lei de Deus,
Que é impossível segui-la.
Professos guardadores que se desgostam de pequenas repreensões,
Acusam-se mutuamente por ninharias, mas clamam:
Amor, amor!

Amor?

O que faço que realmente tenha amor?
Vou à igreja inutilmente animar cadáveres espirituais?
Ter 'voz de veludo' para não ferir o ego de ninguém?
Estou num quarto oxigenado e com luz suficiente para ler e escrever.
Sequer precisarei ir aos Correios para enviar essa mensagem.
Minha família está reunida no sofá da sala me esperando para o culto noturno.
Será que já estou no Céu?
Para muitos sofredores isso com certeza seria o Céu.

Não posso admitir que Huss, Tyndale, Wiclef, Wesley, Calvino, Pedro, João Batista, Jeremias...
Deram suas vidas pelo conforto que hoje tenho.
Pela facilidade que hoje tenho, pela indiferença que nutro em relação à todos os mártires da fé,
Que merecem melhor galardão que qualquer crente que conheço,
Mas que dizem fazer parte dos "escolhidos".

Escolhidos?

De onde? Desse antraz social?
Parecem açúcar, mas nutrem veneno pela Verdade!
Não posso ser um escolhido.
Eu quero ser, meu Deus, mas não posso ser um destes,
Pois não tenho sacrifícios suficientes para merecer, nem mesmo umas últimas
Palavras de salvação como as do ladrão da cruz.
Alimentação, vestuário, estudo da Palavra, contatos missionários...
Tudo isso os faço, mas não sacrifico nada perto dos mártires da fé.
E os sacrifício que até aqui fiz não são nada perto dos que os de antes fizeram.
Senhor, não há angústias em minha alma, suficientes para serem enxugadas por Cristo no Céu.
Dê-me angústias que elevem minha alma e eu possa ter aquele privilégio prometido.

Tudo o que passei até hoje, posso esquecer por mim mesmo,
Perto de quão grande sofrimento muitas almas passaram, que sequer chego perto.
Não vejo esperanças para mim, pois tenho tudo, mas não dou nada!
Não conheço ninguém próximo que dê tanto a ponto de ser admirado.
E isso é muito ruim.
Não se proíbe mais o Conhecimento, que matou tanta gente no passado só por buscá-LO.
Proibidos já estão os cérebros de pensarem.
Fecharam-se as portas do Conhecimento, Senhor!

O mundo aumentou os recursos tecnológicos, mas diminuiu os sacrifícios de alma.
Sumiram-se intelectos de fé!
Gostaria de poder dar provas de sacrifícios, mas não há sacrifícios.
Não há angústia em meus irmãos, não há sequer preocupação com a situação geral.
Não há sequer fatores para considerá-los verdadeiramente irmãos!
Calam-se os líderes!
Esperam, talvez, por fenômenos catastróficos para acordarem.
Há calmaria no mundo.
Alguns tsunamis, uns terremotos, mas logo passam e a "ordem" volta.
Escuto falarem em "ordem e decência"!
Pela boca de indecentes seguidores, escuto esta observação.
Onde está a decência em querer fazer parte de uma classe privilegiada se não se faz sacrifícios?
Que não passam pela fome angustiante, nem pela perseguição de morte?
Ò Meu Pai, será que o Brasil é realmente um paraíso para os cristãos?
Não há "Movimento de Reforma" que esteja fielmente em angústia!
Que não se prepara para nada, mas que sabem falar:
"Amor, Amor?"

A quem vocês amam?

Senhor, não vejo necessidade de estar com essas pessoas.
São vazias e arrogantes.
Atribuem a mim essa característica, então que seja!
Ao menos um sacrifício me aparece:
Não deixá-los me influenciar e seguir Te amando.
Que pequeno sacrifício!
Senhor, se me salvares em Teu reino, dê-me o menor lugar, pois não tenho frutos para sequer pedi-lo!
O mundo parece estar em paz,
A irmandade encontra-se estável.
Alguns alarmes proféticos não convencem ninguém mais.
Volte Senhor, pois esta estabilidade é preocupante.
Não sei terminar esse fraco e impotente desabafo, mas que a angústia se apodere de minha alma!
Preciso de Ti, meu Deus!
Cumpra as tuas promessas em minha vida!
Eu me entrego a qualquer sacrifício que pedires,
Ainda que sofra muito, estejas comigo, por amor de Seu Nome!
Mas tire-me desse lodo social em que me encontro!
Podres almas! 
Espiritualidades mortas!
Humanidade enregue às suas comodidades.

Tua Lei seja minha vida!
Ensinas-me a cada dia no Teu silêncio, mas não Te esqueças de mim!

Que sacrifício farei pra Ti?



Leandro N. Diademi

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